sexta-feira, 22 de maio de 2009

ISLAMISMO

O Islamismo


O islamismo é a doutrina do profeta Maomé sobre o único e verdadeiro Deus, Alah. Sua pregação ganhou terreno entre as tribos beduínas da península arábica, no início do século VII, e expandiu-se rapidamente com uma força irresistível, ao longo do Mediterrâneo.

O islamismo, a mais jovem das religões universais, é hoje a segunda quanto ao número de adeptos.
Islã significa "submissão", palavra que dá a chave da mensagem de Maomé: a absoluta submissão dos crentes à vontade de Alah. O islamismo é estritamente monoteísta. Tem muitos aspectos em comum com o judaísmo e com o cristianismo; entre outros, o reconhecimento dos profetas do Antigo Testamento. Maomé definiu-se como o último e o maior dos profetas, entre os quais se contavam Abraão, Moisés e Jesus.
Via nas imagens do Deus do Judaísmo e do Cristianismo o caminho para o verdadeiro Deus, Alah. Como Medina e Meca, Jerusalém é uma das cidades santas do Islã. Maomé recebeu o chamado de Alah e rompeu com a idolatria de seus companheiros de tribo. A mensagem era clara e simples. Por meio de parábolas descritivas ameaçava os infiéis com o dia do juízo e o fogo do inferno, enquanto prometia aos crentes um paraíso com alegrias terrenas.
O islamismo não tem sacerdócio nem sacramentos. O Corão é a sua única norma. O crente muçulmano responde por sua vida, perante Alah, sem intermediários. Os seguidores de Maomé estavam imbuídos do maior entusiasmo e conseguiram impor sua doutrina em um campo de batalha político-religioso sem igual: o da Guerra Santa do Islã.
A oração
Voltado para Meca, no seu tapete de oração, o muçulmano reza em qualquer lugar onde se encontre, quando chega a hora da prece. A oração realiza-se com complicados movimentos rituais, genuflexões e repetidas flexões com a fronte tocando o solo.
A mesquita
É o local do serviço divino do islamismo, onde o povo recolhe-se à oração e ao estudo do Corão. A sala de oração ocupa uma ala de um jardim, aberto e circundado de pórticos. No centro do jardim encontra-se o poço da purificação, para as abluções antes da oração. Os minaretes, e por vezes um mausoléu, acham-se contíguos à mesquita. No muro que dá para Meca há um nicho, o mihrab, que indica a direção na qual se deve rezar. Essa direção também está indicada nos tapetes de oração.
Alcorão (A leitura)
É o livro sagrado dos muçulmanos que acreditam que o mesmo tenha sido revelado por Alah a Maomé. Desde o século IX, elaboram-se numerosos manuscritos ricamente decorados. O Corão instrui, espiritual e materialmente o muçulmano. Interpreta a fé, explica a história e inclui um código penal e regras de conduta.
As cinco colunas da fé
Os mais importantes mandamentos do islamismo são chamados "as cinco colunas".
- Recitação da profissão de fé.
- As esmolas (1/4 dos lucros).
- O jejum no mês de Ramadã.
- A peregrinação a Meca, ao menos uma vez na vida.
Islamismo - O caminho a Deus por meio da Submissão
"Em nome de Alá, Clemente, Misericordioso." Esta frase traduz o texto árabe acima, do Qur'ãn (Alcorão). E continua: "Louvado seja Deus, Senhor do Universo, Clemente, Misericordioso. Soberano do Dia do Juízo. Só a Ti adoramos e só a Ti imploramos ajuda! Guia-nos à senda reta, À senda dos que agraciaste, não à dos abominados nem à dos extraviados." - Qur'ãn, surata 1:1-7. Qur'ãn é a grafia preferida por escritores muçulmanos.
Tais palavras formam a Alfátiha (A Abertura), o primeiro capítulo, ou surata, do livro sagrado dos muçulmanos, o Sagrado Qur'ãn, Corão ou Alcorão. Visto que mais de uma de cada seis pessoas no mundo é muçulmana, e considerando que os muçulmanos devotos repetem esses versículos pelo menos cinco vezes em suas orações diárias, estas devem estar entre as palavras mais recitadas na terra.
Há mais de 900 milhões de muçulmanos no mundo, o que faz com que, numericamente, o islamismo seja menor apenas do que a Igreja Católica Romana. Dentre as religiões principais é talvez a que aumenta mais rapidamente no mundo, com movimento muçulmano em expansão na África e no mundo ocidental.
O nome islã (ou islame) é expressivo para o muçulmano, pois significa "submissão", "rendição" ou "entrega" a Alá, e, expressa a mais íntima atitude dos que abraçaram a pregação de Maomé. Muçulmano significa aquele que faz ou pratica o islã.
Os muçulmanos crêem que a sua fé é a culminação das revelações dadas aos fiéis hebreus e cristãos do passado. Contudo, seus ensinamentos divergem da Bíblia em alguns pontos, embora citem tanto das Escrituras Hebraicas como das Gregas no Qur'ãn. Os muçulmanos crêem que a Bíblia contém revelações de Deus, mas que algumas foram posteriormente falsificadas.
A chamada de Maomé
Maomé nasceu em Meca (em árabe, Makkah), Árabia Saudita, por volta de 570 EC. Seu pai, Abdalá, morreu antes de Maomé nascer. Sua mãe, Amina, morreu quando ele tinha cerca de seis anos. Naquele tempo, os árabes praticavam uma forma de adoração de Alá centralizada no vale de Meca, no local sagrado da Caaba, um edifício simples em forma de cubo, onde se reverenciava um meteorito negro. Segundo a tradição islâmica, a "a Caaba foi originalmente construída por Adão segundo um protótipo celestial e depois do Dilúvio reconstruída por Abraão e Ismael". (História dos Árabes, de Philip K. Hitti, em inglês) Tornou-se santuário de 360 ídolos, um para cada dia do ano lunar.
À medida que crescia, Maomé passou a questionar as práticas religiosas de seus dias. John Noss, em seu livro Mans's Religions (As Religiões do Homem), declarava: "Maomé incomodava-se com as incessantes rixas por causa de confessos interesses de religião e honra entre os chefes coraixitas (Maomé era dessa tribo). Mais forte ainda era o seu descontentamento com os grotescos remanescentes na religião árabe, o politeísmo e o animismo idólatras, a imoralidade nas assembléias e quermesses religiosas, a bebedeira, a jogatina e as danças que estavam na moda, e o sepultamento em vida de bebês do sexo feminino indesejados, praticado não apenas em Meca mas em toda a Árabia." - Surata 6:137
A chamada de Maomé para ser profeta ocorreu quando ele beirava os 40 anos de idade. Ele costumava ir sozinho a uma caverna próxima, chamada Gar Hira, para meditar, e afirmou que foi numa dessas ocasiões que recebeu a chamada para ser profeta. Diz a tradição muçulmana que, estando lá, um anjo, mais tarde identificado como Gabriel, ordenou-lhe que recitasse em nome de Alá. Maomé não obedeceu, de modo que o anjo agarrou-o e cumprimiu-o tanto que Maomé não pôde suportar. Daí o anjo repetiu a ordem. Novamente, Maomé não reagiu, de modo que o anjo sufocou-o novamente. Isto ocorreu três vezes, depois do que Maomé começou a recitar o que veio a ser encarado como primeira duma série de revelações que constituem o Qur'ãn. Segundo outra tradição, a inspiração divina foi revelada a Maomé em forma do soar duma campainha.
Revelação do Qur'ãn
Qual foi, supostamente a primeira revelação que Maomé recebeu? Os versados no islamismo em geral concordam que foram os primeiros cinco versículos da surata 96, intitulada Al'Alac, "O Coágulo (de sangue)",que reza:
"Em nome de Alá, Clemente, Misericordioso.
Lê em nome de teu Senhor que tudo criou;
Criou o homem de um coágulo.
Lê que teu Senhor é generoso,
Que ensinou o uso do cálamo
Ensinou ao homem o que este não sabia."
Segundo a fonte árabe O Livro de Revelação, Maomé respondeu: "Eu não sei ler." Assim, ele teve de memorizar as revelações, de modo que pudesse repeti-las e recitá-las. Os árabes eram peritos no uso da memória, e Maomé não era exceção. Crê-se geralmente que as revelações ocorreram num período de 20 a 23 anos, aproximadamente por volta de 610 EC até a sua morte, em 632 EC.
Fontes muçulmanas explicam que, assim que recebia cada revelação, Maomé a recitava para quem quer que estivesse por perto. Estes, por sua vez memorizavam a revelação e, por recitação, mantinham-na viva. Visto que os árabes desconheciam a arte de fabricar papel, Maomé fez com que escribas anotassem as revelações em primitivos materiais então disponíveis, como omoplatas de camelo, folhas de palmeira, madeira e pergaminho. Mas, foi só depois da morte do profeta que o Qur'ãn assumiu a sua forma atual, sob a direção dos sucessores e companheiros de Maomé. Isto foi durante o domínio dos primeiros três califas, ou líderes muçulmanos.
O tradutor Muhammad Pickthall escreve: "Todas as suratas do Qur'ãn haviam sido registradas por escrito antes da morte do Profeta, e muitos muçulmanos haviam decorado o inteiro Qur'ãn. Mas, as suratas escritas ficaram dispersas entre o povo; e quando numa batalha...um grande número dos que sabiam o inteiro Qur'ãn de cor foram mortos, foi feita uma coletânea do inteiro Qur'ãn e assentada por escrito."
A vida islâmica é governada por três autoridades: o Qur'ãn, a Hadith e a Xariah. O Hadith, ou Sunna, "os atos, as declarações e a aprovação tácita (taqrir) do Profeta...fixados durante o segundo século na forma de hadiths escritos. Um hadith é um registro de uma ação ou de dizeres do Profeta". Pode também ser aplicado às ações ou aos dizeres de qualquer dos companheiros de Maomé e sucessores destes. Num hadith apenas o sentido é encarado como inspirado. - História dos árabes.
A Xariah, ou lei canônica, baseada em princípios do Qur'ãn, regula toda a vida do muçulmano, em sentido religioso, político e social. "Todos os atos do homem são classificados em cinco categorias legais:
1ª - O que é considerado dever absoluto (fard) envolvendo recompensa por agir ou punição por deixar de agir.
2ª - Ações elogiáveis ou louváveis (mustahabb), envolvendo recompensa, mas não punição por omissão.
3ª - Ações permissíveis (jaiz, mubah), que são legalmente indiferentes.
4ª - Ações repreensíveis (makrub), que são desaprovadas, mas não puníveis.
5ª - Ações proibidas (haram), cuja prática exige punição." - História dos Árabes
Os muçulmanos creêm que o Qur'ãn em árabe seja a mais pura forma de revelação, pois, como dizem, foi a língua usada por Deus ao falar por meio de Gabriel. A surata 43:3 diz: "Que vos temos ditado um Alcorão arábico, afim de que o compreendais." Assim, qualquer tradução é encarada como apenas uma diluição que envolve perda de pureza. De fato, alguns versados em islamismo recusam-se a traduzir o Qur'ãn. Acham que "traduzir sempre é trair" e, por conseguinte, os "muçulmanos sempre reprovaram, e às vezes proibiram, qualquer tentativa de traduzi-lo para outra língua", diz o dr. J. A Williams, preletor de história islâmica.
Expansão Islâmica
Maomé fundou a sua nova fé enfrentando grandes dificuldades. O povo de Meca, até mesmo de sua própria tribo, rejeitou-o. Depois de 13 anos de preseguição e ódio, ele transferiu seu centro de atividades para o norte, em Iatrib, que então passou a ser conhecido como al-Madinah (Medina), a cidade do profeta. Essa emigração, ou hégira, me 622 EC, foi um marco importante na história islâmica, e essa data foi mais tarde adotada como ponto de partida do calendário islâmico. Assim, o ano muçulmano é dado com AH (latim, Anno Hegirae, ano da fuga) em vez de AD (Anno Domini, ano do Senhor) ou EC (Era Comum).
Por fim, Maomé obteve o domínio quando Meca capitulou diante dele, em janeiro de 630 EC (8 AH), e ele passou a governá-la. Com as rédeas do controle secular e religioso nas mãos, ele conseguiu varrer as imagens idólatras da Caaba e estabelecê-la como ponto principal de peregrinação a Meca, que persiste até hoje.
Poucas décadas depois da morte de Maomé, em 632 EC, o islamismo já se havia difundido até o Afeganistão, e até mesmo à Tunísia, na África do Norte. Perto do início do oitavo século, a fé do Qur'ãn penetrara na Espanha e chegara à fronteira francesa. Como disse o professor Ninian Smart em seu livro Background to the Long Search (Origem da Longa Busca): "Encarada dum ponto de vista humano, a consecução de um profeta árabe que viveu no sexto e no sétimo séculos depois de Cristo é assombrosa. Humanamente, foi dele que fluiu uma nova civilização. Mas, naturalmente, para os muçulmanos a obra era divina, e a consecução, de Alá."
A Morte de Maomé causa divisão
A morte do profeta provocou uma crise. Ele morreu sem deixar descendente masculino e sem sucessor claramente designado. Como diz Philip Hitti: "O califado (cargo de califa) é, pois, o mais antigo problema que o islamismo teve de enfrentar. Ainda é uma questão acesa...Como disse o historiador muçulmano al-Shahrastani: "Nunca houve uma questão islâmica que causasse mais derramemento de sangue do que o califado (imamah)." Como se resolveu o problema lá em 632 EC? "Abu-Bekr...foi nomeado (8 de junho de 632) sucessor de Maomé por meio de um tipo de eleição em que participaram os líderes presentes na capital, al-Madinhah." - História dos Árabes.
O sucessor do profeta seria um governante, um khalifah, ou califa. Contudo, a questão concernente a quem eram os verdadeiros sucessores de Maomé virou motivo de divisões nas fileiras do islamismo. Os muçulmanos sunitas aceitavam o princípio de cargo eletivo, em vez de a descendência sanguínea do profeta. Assim eles crêem que os três primeiros califas, Abu-Bekr (sogro de Maomé), Omar (conselheiro do profeta) e Otmã (genro do profeta), eram os sucessos legítimos de Maomé.
Essa afirmação é contestada pelos muçulmanos xiitas, que dizem que a verdadeira liderança vem da linhagem sanguínea do profeta e por meio de seu primo e genro, Ali ibn Abi Talib, o primeiro imane (líder e sucessor), que se casou com a filha predileta de Maomé, Fátima. Seu casamento produziu os netos de Maomé, Hasã e Husain. Os xiitas afirmam também "que desde o início Alá e Seu Profeta haviam claramente nomeado Ali como único legítimo sucessor, mas que os três primeiros califas usurparam seu cargo de direito". (História dos Árabes) Naturalmente, o conceito dos muçulmanos sunitas é outro.
O que aconteceu com Ali? Durante seu domínio como quarto califa (656-661), surgiu uma rixa a respeito de liderança entre ele e o governador da Síria, Moávia. Envolveram-se entre ele e o governador da Síria, Moávia. Envolveram-se em batalha, mas, daí, para evitar mais derramamento de sangue muçulmano, eles submeteram a sua disputa ao arbítrio. Ter Ali aceitado o arbítrio enfraqueceu a sua causa e alienou muitos de seus seguidores, incluindo os Caridjitas (dissidentes), que se tornaram seus inimigos mortais. No ano 661, Ali foi assassinado por um caridjita fanático, com um sabre envenenado. Os doisgrupos (sunitas e xiitas) estavam em forte desacordo. Daí, o ramo sunita do islamismo escolheu um líder dentre os omíadas, ricos chefes de Meca, que não eram da família do profeta.
Para os xiitas, o primogênito de Ali, Hasã, neto do profeta, era o verdadeiro sucessor. Contudo, ele renunciou e foi assassinado. Seu irmão Husain tornou-se o novo imane, mas também foi morto, por tropas omíadas, em 10 de outtubro de 680. A sua morte, ou martírio, como os xiitas a encaram, teve um significativo efeito sobre o Shiat Ali, o partido de Ali, efeito que perdura até os dias de hoje. Eles crêem que Ali era o verdadeiro sucessor de Maomé e o primeiro "imane (líder) divinamente protegido contra o erro e o pecado." O maior segmento dos xiitas crê que houve apenas 12 verdadeiros imanes, e que o último destes, Maomé al-Muntazar, desapareceu (em 878) "na gruta da grande mesquita de Samarra, sem deixar descendência". Assim, "ele se tornou o imane oculto (mustatir) ou esperado (muntazar) ...No devido tempo ele aparecerá como o Madi (o divinamente guiado) para restaurar o verdadeiroislamismo, conquistar o mundo inteiro e introduzir um breve milênio antes do fim de todas as coisas". - História dos Árabes.
Anualmente, os xiitas comemoram o martírio do Imame Husain. Fazem procissões em que alguns se cortam com facas e espadas e de outras formas se autoflagelam. Em tempos mais recentes, os muçulmanos xiitas têm estado frequentemente nas notícias devido ao seu zelo pelas causas islâmicas. Contudo, eles representam apenas uns 20 por cento dos muçumanos do mundo, a maioria dos quais são muçulmanos sunitas. Agora, consideremos alguns dos ensinamentos do islamismo e vejamos como a fé islâmica afeta a conduta diária dos muçulmanos.
O supremo é Deus, não Jesus
As três maiores religiões monoteístas do mundo são o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Mas, na época em que Maomé apareceu, perto do começo do sétimo século, as duas primeiras religiões, a seu ver, haviam-se desviado do caminho da verdade. De fato, segundo certos comentaristas islâmicos, o Qur'ãn implica a rejeição de judeus e de cristãos, dizendo: "À senda (caminho estreito) dos que agraciaste, não à dos abominados nem à dos extraviados." (Surata 1:7)
Diz certo comentário alcorânico: "O povo do Livro desencaminhou-se: Os judeus por violarem o seu Pacto, e difamarem Maria e Jesus... e os cristãos por enaltecerem Jesus, o Apóstolo, à igualdade com Deus", por meio da doutrina da Trindade. - Surata 4:153-176
O principal ensinamento do islamismo, simplificando ao máximo, é o que se conhece por chahada, ou confissão de fé, que todo muçulmano conhece de cor: "La ilah illa Allah; Muhammad rasul Allah" (Não há deus senão Alá; Maomé é o mensageiro de Alá). Isto se harmoniza com a expressão alcorânica: "Vosso Deus é um só. Não há mais deus que ele, Clemente, Misericordiosíssimo." (Surata 2:163) A respeito da unicidade de Deus, o Qur'ãn reza: "Crede, pois, em Deus e em Seus apóstolos, e não digais: Trindade! Abstende-vos disso que será melhor para vós; sabei que o cristianismo verdadeiro não ensina a Trindade. Trata-se de uma doutrina de origem pagã introduzida por apóstatas da cristandade após a morte de Cristo e dos apóstolos.
Alma, ressureição, paraíso e inferno de fogo
O islamismo ensina que o homem tem uma alma que sobrevive para uma vida futura. O Qur'ãn diz: "Deus (Alá) recolhe as almas no momento da morte e, os que não morrem, ainda, (recolhe) durante o sono. Ele retém aqueles cuja morte tem decretada." (Surata 39:42) Ao mesmo tempo, a surata 75 é inteiramente devotada à Alquiáma ou Ressureição" ou "Levantamento dos Mortos". Ela diz em parte: "Pelo dia da ressureição...por ventura, crê o homem que jamais reuniremos seus ossos?...Perguntam: Quando acontecerá o dia da ressureição? Não será Alá capaz de ressuscitar os mortos? - Surata 75:1,3,6,40.
Segundo o Qur'ãn, a alma pode Ter diferentes destinos, que pode ser um jardim celestial paradisíaco ou a punição num inferno ardente. Como diz o Qur'ãn: "Perguntam: Quando chegará o Dia do Juízo Final? Será o dia em que forem torturados no fogo! Ser-lhe-á dito: Sofrei a vossa tortura! Eis aqui o que pretendestes urgir!" (Surata 51:12-14) "Sofrerão [os pecadores] um castigo na vida terrena; porém, o do outro mundo será mais severo ainda e não terão defensor algum ante Deus [Alá]. (Surata 13:34) Pergunta-se: "E que é que te fará entender isso? É o fogo ardente!" (Surata 101:10, 11) Esse pavoroso destino é o descrito em detalhes: "Quanto àqueles que negam Nossos versículos, introduzi-los-emos no fogo infernal. Cada vez que sua pele se tiver queimado, trocá-la-emos por outro, para que experimentem mais e mais o suplício. Sabei que Deus [Alá] é Poderoso, Prudentíssimo. '' (Surata 4:56) Outra descrição declara: "Em verdade, o inferno será uma emboscada...onde permanecerão séculos, até milênios, em que não provarão do frescor nem de (qualquer) bebida, a não ser água fervente e uma paralisante beveragem.'' - Surata 78:21, 23-25.
Os muçulmanos crêem que a alma dos falecidos vai para o Barzakh, ou "Barreira'', "o lugar ou estado em que as pessoas estarão após a morte e antes do Julgamento''. (Surata 23:99, 100, AYA, nota) A alma está cônsciaa ali, sofrendo o que se chama de "Punição do Túmulo" se a pessoa foi má, ou desfrutando a felicidade, se foi fiel. Mas, os fiéis também têm de sofrer algum tormento por causa de seus poucos pecados enquanto estavam vivos. No dia de juízo, cada qual encara seu destino eterno, que finda aquele estado intermediário.
Em contraste, aos justos se promete jardins celestiais paradísicos: "Quanto aos crentes que praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins abaixo dos quais correm rios, em que morarão eternamente." (Surata 4:57) "Naquele dia os moradores do Paraíso em nada pensarão a não ser na sua felicidade. Junto com suas esposas, reclinar-se-ão sob arvoredos sombreados em sofás macios." (Surata 36:55, 56, NJD) "Antes disso Nós escrevemos nos Salmos, depois da Mensagem (dada a Moisés): 'Meus servos, os justos, herdarão a terra.' " A nota sobre essa surata remete o leitor para o Salmo 25:13 e 37:11, 29 e às palavras de Jesus em Mateus 5:5. (Surata 21:105, AYA) A menção de esposas leva-nos agora à outra pergunta.
Monogamia ou poligamia?
É a poligamia a regra entre os muçulmanos? Embora o Qur'ãn permita a poligamia, muitos muçulmanos têm apenas uma esposa. Devido à numerosas viúvas resultantes de custosas batalhas, o Qur'ãn fez concessão para poligamia: "Se temerdes ser injustos para com as órfãs, podereis desposar duas, três, ou quatro das que vos aprouver entre outras mulheres. Mas, se termerdes não poder ser equitativos para com estas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que está ao alcance de vossas mãos." (Surata 4:3) Uma biografia de Maomé, feita por Ibn-Hi-sham, diz que Maomé casou-se com uma viúva rica, Cadidja, 15 anos mais velha do que ele. Depois que ela morreu, Maomé casou-se com muitas mulheres. Ao morrer, deixou nove viúvas.
Outra forma de casamento no islamismo é chamada de mutah. É definido como "contrato especial celebrado entre um homem e uma mulher através da oferta e aceitação de casamento por um período limitado e com dote especificado, semelhante ao contrato para casamento permanente". (Islamuna, de Mustafá al-Rafafii, em inglês) Os suniras chamam-no de casamento por prazer, e os xiitas, um casamento a ser encerrado num período específico. Diz a mesma fonte: "Os filhos [de tais casamentos] são legítimos e têm os mesmos direitos que os filhos de um casamento permanente." Parece que essa forma de casamento permanente." Parece que essa forma de casamento temporário era praticada nos dias de Maomé, e ele permitiu que continuasse. Os sunitas insistem que foi proibida mais tarde, ao passo que os imamis, o maior grupo xiita, crê que ainda vigora. Muitos, efetivamente, o praticam, em especial quando um homem se ausenta de sua esposa por um longo período.
O islamismo e a vida diária
O islamismo envolve cinco principais obrigações e cinco crenças básicas. Uma das obrigações é que os muçulmanos devotos orem (salat) cinco vezes por dia, voltados para Meca. No Sábado muçulmano (Sexta-feira), os homens afluem à mesquita para oração ao ouvirem o chamado do muezim, do alto do minarete da mesquita. Hoje em dia, muitas mesquitas tocam uma gravação, em vez de fazerem uma chamada de viva voz.
Mesquita (masjid, em árabe) é o local de adoração dos muçulmanos, chamado pelo Rei Fahd Bin Abdul Aziz, da Arábia Saudita, de "pedra fundamental para invocar a Deus". Definiu a mesquita como "local de oração, estudo, atividades legais e judiciais, consultas, pregação, orientação, educação e preparação... A mesquita é o coração da sociedade muçulmana". Esses locais de adoração se encontram agora em todo o mundo. Um dos mais famosos na história é a Mezquita (Mesquita) de Córdoba, Espanha, que por séculos era a maior do mundo. A sua parte central é agora ocupada por uma catedral católica.
Conflitos com a Cristandade e no seio desta
A partir do sétimo século, o islamismo expandiu-se para o oeste, à África do Norte, para o leste, ao Paquistão, à Índia, ao Bangladesh, e até a Indonésia. Ao assim fazer, entrou em conflito com a militante Igreja Católica, que organizou Cruzadas para recuperar dos muçulmanos a Terra Santa. Em 1492, a raínha Isabel e o rei Fernando, da Espanha. Os muçulmanos e os judeus tinham de converter-se, sob pena de serem expulsos da Espanha. A tolerância mútua que existira sob o domínio muçulmano na Espanha mais tarde se evaporou sob a influência da Inquisição católica. Contudo, o islamismo sobreviveu e, no século 20, tem experimentado um ressurgimento e grande crescimento.
Enquanto o islamismo se expandia, a Igreja Católica enfrentava sua própria inquietação, tentando manter a união em suas fileiras. Mas, duas poderosas influências estavam para irromper em cena, e elas destroçariam ainda mais a imagem monolítica dessa igreja. Tratava-se da imprensa e da Bíblia na língua do povo.



Fundamentação Doutrinária

Dogmas

O foco principal do Islam é o Monoteísmo (a concepção do Deus único) e a revelação d´Ele ao profeta Maomé (Mohammad).

“Não há deus senão Alá ( Deus) , e Maomé é seu Profeta.”

Os muçulmanos seguem um conjunto de cinco obrigações religiosas, chamado de “Os cinco Pilares”: credo, oração,zacat(caridade, jejum e a peregrinação à Caaba que fica na cidade de Meca (Makkah).

Livros Sagrados

o Corão (Alcorão) – livro sagrado dos muçulmanos que reúne as revelações para o profeta Maomé (Mohammad). O primeiro Corão foi compilado por volta de 650 EC (Era Comum). Este livro maravilhoso do ponto de vista dos ensinamentos e do seu estilo literário, é um conjunto de 114 capítulos (suras), que se organizam da seguinte forma: os textos mais longos vêm primeiro, seguidos pelos mais curtos. Exceção à regra, é a sura 1, que inicia o Corão. Denominado “Al Fatiha” (a abertura), este capítulo inicial louva Alá e pede Sua orientação. Para os muçulmanos, o Corão contém as palavras exatas de Deus, que conforme eram reveladas a Maomé, este as recitava e seus seguidores as escreviam. Algumas histórias são de profetas do Velho e do Novo Testamento da Bíblia.

As leis do Corão dividem as ações humanas em vários grupos:

Fard – o que deve ser feito.

Mandub – ações encorajadas e recompensadas por Deus.

Mubah – ações nem punidas, nem recompensadas, pois o Corão nada fala sobre elas.

Makruh – atos desencorajados, mas não punidos.

Haram – ações ilegítimas e puníveis por lei.

Sunna – Palavra que significa “caminho”ou "lei". São as palavras e atos do profeta. É a explicação prática do conteúdo do Corão através dos ditos, atos e afirmações do profeta Maomé.

Hadith – Dizeres e relatos das ações do profeta, que foram compilados, para servir de exemplo para a geração futura. Duas das mais confiáveis coleções são a do imã Bukhari e a do imã Muslim.

Templos

Mesquitas - São os templos muçulmanos. A maioria possui planta retangular. Um arco na parede, denominado “mihrab”, indica a direção de Kaaba. À sua direita, geralmente com três degraus, está o “mimbar”, de onde o imã fala. Em grandes mesquitas do Oriente Médio, oficiais ficam sobre uma plataforma denominada “dakka”; ao lado há o “kursi”, estante sobre a qual é apoiado o Corão.

Kaaba – É o centro físico da fé islâmica. Todas as orações são feitas em sua direção. Primeiro santuário construído por Ibrahim para adorar o Deus Único, a Kaaba está localizada na cidade de Meca (Makkah). Estrutura oca em forma de cubo, com a pedra negra encravada no lado oriental, constitui o início e o fim do Hajj – peregrinação à cidade de Meca (Makkah).


O link deste texto acima foi mudado e não consegui atualizar.

Mais informações em http://www.mundoislamico.com/ e também em http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/index.html

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