quarta-feira, 11 de março de 2009

Epístola de Diogneto

Capitulo1. MOTIVO DA CARTA, PERGUNTAS DE DIOGNETO.
PRÓLOGO

Uma vez que excelente Diogneto, vejo a tua ardente aspiração por conhecer como os cristãos cultuam a Deus,e as tuas perguntas muito claras e cuidadosas a respeito deles: quem é esse Deus em que depositam confiança; como se explica que todos os seus adoradores desdenhem o próprio mundo e despreza a morte; por que não consideram deuses aqueles que os gregos tem por tais; que significa a viva afeição que mutuamente se dedicam; por que esse novo gênero ou estilo de vida só começou a existir agora e não antes; 2. acolho tal desejo e peço a Deus, de quem nos vem tanto o dom de falar como o de ouvir, conceda-me a mim exprimir-me de tal modo que logo venha a saber que melhor te tornaste, e a ti, ouvir de tal maneira que não se entristeça quem te dirigiu a palavra.

Capítulo 2 POR QUE OS CRISTÃO NÃO ADORAM OS ÍDOLOS
Avante, pois! Purificado das cogitações que antes revolvias desembaraçado dos costumes enganadores, como que radicalmente convertido num homem, novo, bem disposto a ser fazer ouvinte (tu mesmo o confessas) duma doutrina nova, verifica não apenas com os olhos, mas também com a razão, qual a substância ou a forma dos assim chamados e supostos deuses. 2. Um deles não será uma pedra, semelhante ás que calcamos aos pés? O segundo, bronze, nada melhor do que os recipientes fundidos para nosso uso? O terceiro não será madeira, além do mais, apodrecida? Outro, prata, e necessitado de um homem que o vigie para não ser furtado? Aquele outro, ferro, corroído de ferrugem? Outro, por fim, argila, e m coisa alguma mais nobre do que os utensílios destinados aos serviços mais vis? 3. Acaso não serão todos de matéria corruptível? Não foram forjados a ferro e fogo? Acaso não foram produzidos um pelo escultor, outro pelo ferreiro, o seguinte pelo ourives, outro ainda pelo oleiro? Antes que algum deles tivesse adquirido a forma atual, por meio destas artes, e mesmo agora, não poderia transformar-se em outro? Será que agora da própria matéria desses objetos, havendo os mesmos artífices, não se poderá criar deuses semelhante àqueles? 4. Será que os homens não poderão, novamente, daqueles que adorails agora, plasmar vasos semelhantes aos demais? Não são todos surdos? Não são cegos? Inanimados? Isensíveis? Imóveis? Acaso não apodrecem todos eles? Não se corrompem todos? 5. É a isto que denominais deuses, servis, adorais; e einteriramente a eles vos assemelhais. 6. Por este motivo, odiais os cristãos, que não os consideram deuses.
7. No entanto, vós que agora acreditais e julgais honrá-los como deuses, não os desprezais muito mais do que os cristãos? Não zombais e injuriais muito mais do que eles? Venerais, desprotegidos, ídolos de pedra e argila; os de prata, e os de ouro, porém, ficam trancados à noite, e de dia, confiados a guarda para não serem roubados
8. Assim, aqueles que querei honrar, se de fato têm sensibilidade, antes os suplicais; se, ao invés, são insensíveis, ao cultua-los com sangue e odores (das vitimas queimadas), os arguis disto. 9. Quem de vós suportaria tal coisa? Quem deixaria que assim lhe fizessem? Homem algum (dotado como é de sentido e intelecto) suportaria de bom grado este suplicio. A pedra, contudo, o suporta; é insensível. Com isto demonstrais que são insensíveis
10. Quanto ao fato de que os cristãos se sujeitam à escravidão destes deuses, muito teria ainda a dizer. Se, no entanto, estas palavras parecerem a alguém insuficientes, seria ocioso acrescentar outras.

Capítulo 3 OS JUDEUS TAMBÉM PENSAM TER DEUS NECESSIDADE DESSES SACRIFICIOS.
Em seguida, parece-me estares extremamente desejoso de ouvir por que eles (os cristãos) não tributam a Deus culto idêntico ao dos judeus. 2. Embora se abstenham estes da idolatria acima referida, e com razão queiram venerar um só Deus e considera-lo Senhor de tudo, se, apesar disso, o cultuarem de modo parecido ao supracitado, incorrem em erro. 3. Se já os gregos que oferecem sacrifícios a deuses insensíveis e surdos, dão mostras de demência, quando os judeus procuram oferece-los a Deus, como se disto carecesse, isto mais se afigura estultície do que culto divino.
4.Não é possível de modo algum que o criador do céu e da terra e de tudo o que ela contem, o qual nos fornece tudo aqilo de que precisamos, necessite de seus próprios dons, outorgados àqueles que pensam em dar-lhe algo. 5. Os que querem oferecer-lhe sacrifício de sangue, odores (das vitimas) e holocausto, e assim reverenciá-lo, a meu ver, na medida em que acham estar dando algo a quem de nada carece, não diferem dos que prestam idênticas honras a deuses surdos, venerando ídolos incapazes de receber tal reverência.

Capítulo 4 CULTO INADEQUADO
Não será proveitoso, a meu ver, ouvires de mim o referente à meticulosidade acerca de alimentos, à superstição a respeito dos sábados, à jactância por causa da circuncisão e à simulação em torno de jejuns e neomênias, porque ridículas e indignas de menção. 2. Pois seria lícito aceitar como sendo boas algumas das criaturas de Deus destinadas à utilidade dos homens e rejeitar outras, tendo-as por inúteis e supérfluas? 3. Não seria ímpio imaginar que Deus proíba fazer algum bem no dia sábado 4. Não seria ridículo gloriar-se da mutilação da carne, como se fosse sinal de eleição, de especial amor de Deus? 5. Quem não tomará antes como indicio de insensatez do que de culto divino ser assessores dos astros e da lua, dar-se à observação de meses e dias, (acomodar) às inclinações do próprio espírito as disposições de Deus e as sucessões das estações, destinando certos dias as festas outros, ao luto?
6.Opino estares suficientemente instruído de que os cristãos com justeza se abstêm não só da vaidade e da fraude, mas ainda das múltiplas questões e da jactância dos judeus. Mas não alimentes a esperança de aprender de homem algum o mistério do culto divino que lhes é próprio

Capítulo 5 VIDA DOS CRISTÃOS
Não se distinguem os cristão dos demais, nem pela região, nem pela língua, nem pelos costumes. 2. Não habitam cidades à parte, não empregam idioma diverso dos outros, não levam gênero de vida extraordinário. 3. A doutrina que se propõem não foi excogitada solicitamente por homens curiosos. Não seguem opinião humana alguma, como vários fazem.
4.Moram alguns em cidades gregas, outros em bárbaras, conforme a sortede cada um; seguem os costumes locais relativamente ao vestuário, à alimentação e ao restante estilo de viver, apresentando um estado de vida (político) admirável e sem dúvida paradoxal. Enquanto cidadãos, de tudo participam, porém tudo suportam como estrangeiros. Toda terra estranha à pátria para eles e toda pátria, terra estranha.
6. Casam-se como todos os homens e como todos procriam mas não rejeitam os filhos. 7. A mesa é comum; não o leito.
8. Estão na carne, mas não vivem segundo a carne. 9. Se a vida deles decorre na terra, a cidadania, contudo está nos céus. 10. Obedecem as leis estabelecidas, todavia superam-nas pela vida.
11. Amam a todos, e por todos são perseguidos. 12. Desconhecidos, são condenados. São mortos e com isso se vivificam.
13.Pobres, enriquecem a muitos. Tudo lhes falta, e tem abundancia de tudo. 14.Tratados sem honras, e nestas desonras são glorificados. São amaldiçoados, mas justificados. 15.Amaldiçoados e bendizem. Injuriados, tributam honras. 16. Fazem o vem e são castigados quais malfeitores. Supliciados, alegram-se como se obtivessem vida.
17. Hostilizam-nos os judeus quais estrangeiros; perseguem-nos os gregos, e, contudo, os que os odeiam não sabem dizer a causa desta inimizade.

Capítulo 6 A ALMA NO CORPO, OS CRISTÃOS NO MUNDO
Para simplificar, o que é a alma no corpo são no mundo os cristãos. 2. Encontra-se a alma em todos os membros do corpo, e os cristãos dispersam-se por todas as cidades do mundo. 3. A alma, é verdade, habita noc orpo, mas dele não provêm. Os cristãos residem no mundo, mas não são do mundo. 4. Invisível, a alma é cercada pelo corpo visível. Igualmente os cristãos, embora se saiba que estão no mundo, o seu culto a Deus permanece invisível. 5. A carne odeia a alma e a combate sem haver sofrido injustiça, porque a impede de gozar os prazeres, também o mundo odeia os cristãos, sem ter sofrido ofensa, por se oporem aos prazeres. 6. A alma ama a carne que a odeia e os membros; assim os cristãos, amam os que os detestam.
7.Encerrada no corpo, a lama é quem faz a coesão do corpo. Os cristãos igualmente, estão de certo modo aprisionados no mundo, como num cárcere, mas são eles que sustêm o cosmos. 8. Imortal embora, a alma reside numa tenda mortal. De maneira semelhante, os cristãos abrigam-se provisoriamente em refúgios corruptíveis, à espera da incorrupção nos céus.
9. A alma mal cuidada relativamente à comida e à bebida, aperfeiçoa-se. Os cristãos também, cotidianamente supliciados aumentam cada vez mais. 10. Deus os colocou em tão elevado posto, que não lhes é lícito recusar.

Capítulo 7 DEUS ENVIOU O PRÓPRIO FIHO AO MUNDO
`Não lhes foi transmitida uma invenção, por assim dizer, terrena, nem julgam dever preservar com tanto cuidado uma imaginação efêmera, nem lhes foi confiada a administração de mistérios humanos. 2. Mas p próprio todopoderoso, o criador de tudo, o Deus invisível fez descer do céu a verdade e o Verbo Santo e incompreensível, colocou-o no meio dos homens e estabeleceu-o firmemente em seus corações. Não o realizou, como poderia alguém imaginar, enviando aos homens servo, ou anjo o príncipe ou algum dos que presidem as coisas terrenas, ou um encarregado da disposição das habitações celestes, mas op próprio artífice e criador de todas as coisas. Por ele criou os céus e conteve os mares dentro de seus confins
Guardam fielmente os seus mistérios, todos os elementos. Impôs ao sol a medida do curso dos dias que deve manter. A lua atende a sua ordem de aparecer à noite; obedecem-lhe as estrelas que acompanham o percurso da lua.. Por ele todas as coisas foram ordenadas, definidas e submetidas: os céus e o que existe nos céus, a terra e o que há na terra, o mar e o que o mar contêm, o fogo, o ar, o abismo, os seres existentes nas alturas, os das profundezas, os do espaço intermediário. Enviou-o para todos eles
3. Poderia alguém pensar que enviou por tirania, para incutir medo ou assombro? 4. De modo algum. Foi com clemência e mansidão, como um rei envia seu filho rei, que o enviou. Enviou-o como Deus, Salvador, persuasivo e não violento, enviou aos homens. Em Deus não existe violência. 5. Enviou como quem convida, não como perseguidor; enviou como quem ama, não como juiz.
6. Há de manda-lo, porém, um dia para julgar. E então, quem suportará a sua vinda? 7. (Não vês que) são lançados às feras, a fim de negarem o Senhor, mas não são vencidos? 8. Não vês, quanto maior o número dos que são supliciados, tanto mais aumentam os cristãos? 9. Tais fatos não podem ser obra humana; derivam do poder de Deus e são demonstrações de sua vinda.

Capítulo 8 MISÉRIA DO GENERO HUMANO, ANTES DA VINDA DO VERBO.
Soube alguém, antes que ele viesse, quem é, afinal, Deus? 2. Ou aceitarás as vãs e néscias. Opiniões de filósofos fidedignos? Alguns deles afirmaram que Deus é fogo ( e para lá que irão, e chamam-no deus),, outros que é água, outros ainda que é um dos elementos criados por Deus.
3. Sem dúvida, se alguma dessas asserções fossem aceitável, poder-se-ia de cada uma das restantes criaturas afirmar igualmente que é Deus 4.Mas todas elas são prodígios e embustes de impostores. 5. Homem algum jamais o viu ou conheceu a Deus; ele próprio foi quem se revelou a si mesmo.
6.Manifestou-se pela fé, a única à qual é dado ver a Deus, que fez todas as coisas e julga segundo a ordem, não só se tornou amigo dos homens mas ainda longânimo. 8. Assim era ele sempre, é e será ótimo, bondoso, tolerante e verdadeiro, só ele é bom. 9. Havendo traçado um grande e inefável plano, apenas ao Filho o participou. 10. Enquanto, porém, o conservam em mistério e guardava o seu sábio desígnio, parecia descuidado e despreocupado a nosso respeito. 11. Mas, quando por meio de seu Filho muito amado revelou e manifestou o que preparara desde o princípio, concedeu-nos simultaneamente tudo: participar de seus benefícios e ver... Quem dentre nós jamais o havia esperado? Tudo sabia em si e com o Filho, conforme dispusera.

Capítulo 9 O FILHO TARDOU A FIM DE QUE OS HOMENS SE RECONHECESSEM POR INDIGNOS DA VIDA
Até recentemente deixou-nos, como queríamos, agitado por tendências desordenadas, arrastados por prazeres e concupiscências. Não se regozijava, de modo algum, com nossos pecados, mas tolerava-os. Nem tampouco aprovava, então, o tempo favorável à injustiça, mas criava um espírito de justiça, a fim de que éramos indignos da vida, agora pela bondade de Deus nos tornemos dignos, e tendo-se evidenciado que era impossível, por nós mesmos, entramos no reino de Deus pela força de Deus disso agora sejamos capazes.
2. Quando, pois, se consumou a nossa injustiça e se manifestou perfeitamente que o salário dela era o castigo e a morte, chegou o tempo por Deus predestinado para se revelar finalmente a sua bondade e a sua força; e como...por excesso de amor, de caridade aos homens... não nos odiou, nem rejeitou, nem guardou lembrança do mal. Mas foi longânime, suportou-nos, agüentou os nossos pecados, entregou o próprio Filho, em resgate por nós, o santo pelo iníquos, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais
3. Que poderia ocultar nossos pecados senão a sua justiça? 4. Como poderíamos nós, transgressores e ímpios, justificar-nos a não ser no Filho de Deus? 5. O doce permuta, ó criação insondável, ó inesperados benefícios! Que a injustiça de muitos se oculte em um só justo, a justiça de um só justifique a muitos transgressores.
6. No passado, ele nos comprovou a impotência de nossa natureza para obter a vida; agora, apresentou um salvador capaz de salvar até o que era impossível; em ambos os casos quis que confiássemos em sua bondade e o tivéssemos por nutricio, pai, mestre, conselheiro, médico, mente, luz, honra, glória, força, vida e que não nos inquietássemos por causa de veste e alimento

Capítulo 10 OS BENS QUE DIOGNETO OBTERÁ COM A FÉ
Se ambicionares a mesma fé, adquire primeiro o conhecimento (do Pai)...
2. Deus, na verdade, amou os homens; por causa deles fez o mundo, sujeito-lhes todas as coisas... deu-lhes inteligência e razão, só a eles concedeu levantar os olhos para ele, plasmou-os à sua própria imagem, para eles enviou seu Filho Unigênito, prometeu-lhes o reino do céu, e o há de dar aos que o amam.
3. Havendo-o conhecido, de que alegria não te sentirás repleto? 4. Ou como amarás aquele que de tal modo te amou primeiro? Amando-o, imitarás a sua bondade. E não te admires de poder um homem tornar-se imitador de Deus; pode-o se Deus o quiser.
5. Não é ser feliz cominar despoticamente o próximo, nem quere estar acima dos mais fracos, nem se enriquecer e praticar violências contra inferiores. Em nada disso imitaria alguém a Deus; tudo isto está excluído de sua grandeza. 6. Quem carrega o fardo do próximo, quem procura fazer bem ao inferior naquilo mesmo que em que é melhor, quem transfere os dons de Deus aos necessitados, torna-se um deus para os que o recebem, é imitador de Deus.
7. Então, embora te encontres sobre a terra, verás que Deus governa nos céus, então começara a proferir os mistérios de Deus, então amarás e admirarás os que são torturados por não quererem renegar a Deus, então condenarás a ilusão e o desvio do mundo, quando conheceres a verdadeira vida no céu, quando desprezares que aqui é considerado morte, quando temeres a verdadeira morte, reservada para os condenados ao fogo eterno, que há de atormentar sem fim os nele lançados. 8. Então admirarás os que suportam pela justiça o fogo temporário e... chama-lo-ás bem-aventurados quando o conheceres o que é aquele fogo.

Capítulo 11 IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DO VERBO ENCARNADO
Não falo de coisas estranhas, nem procuro absurdos, mas como me tornei discípulos dos apóstolos faço-me mestre dos gentios. Apenas transmito o que me foi confiado aos que se fizerem dignos discípulos da verdade
2. Qual o homem perfeitamente instruído e gerado pelo Verbo antigo, que não procure souber com exatidão o que o Verbo manifestou aos discípulos, aos quais mostrou-se o Verbo aparecendo e falando-lhes com a maior confiança? Enquanto os incrédulos não o compreendiam, ele conversava com os discípulos; os que ele julgava fiéis conheceram os mistérios do Pai. 3. que por causa deles enviou o Verbo, para se manifestar no mundo. Desprezado foi pelo povo, mas os apóstolos o anunciaram e nele creram as nações.
4. Ele, que é desde o princípio, apareceu... como sendo novo... e sempre recém-nascido nos corações dos santos. 5. Ele que é sempre e hoje é declarado Filho, por quem a Igreja se enriquece. Desdobra-se e multiplica-se nos santos a graça, a qual se apresenta à mente, manifesta os mistérios, anuncia os tempos, alegra-se a respeito dos fiéis, doa-se aos que o procuram o que não infringem os limites da fé, nem transgridem os marcos estabelecidos pelos pais
6. Em seguida, elogia-se o temor da lei, reconhece-se a graça dos profetas, firma-se a fé dos evangelhos, guarda-se a tradição dos apóstolos, e exulta a graça da Igreja
7. Se não contristares esta graça, reconhecerás o que o Verbo fala por intermédio de quem quer e quando quer. 8. Todas essas coisas, de fato, fomos induzidos a explicar-vos laboriosamente, pela vontade do Verbo que nos impele. Por amor das próprias coisas reveladas, queremos que delas participeis.

Capítulo 12 A VERDADEIRA CIÊNCIA, NA IGREJA PELA VIDA UNIDA E CARIDADE.
Se atenderes a elas, se escutardes com zelo, sabereis tudo o que Deus prepara aqueles que o amam sinceramente e que se transformaram num paraíso de delícias, produzindo em si mesmos uma arvore fértil e frondosa, ornada de frutos vários. 2. Nesta região foram plantadas a arvores da ciência e a árvore da vida. Mas não é a arvore da ciência que mata e sim a desobediência que mata.
3. Não é obscuro o que está escrito, que Deus no começo plantou a arvore da vida no meio do paraíso, mostrando através da ciência a vida. Como não usaram dela puramente os primeiros homens, por sedução da serpente foram despojados. 4. Não há vida sem ciência, nem ciência sólida sem vida verdadeira. Por isso as arvores foram plantadas uma perto da outra. 5. O apóstolo, conhecedor da força desta relação, censura a ciência que se exerce sem o mandamento da verdade em vista da vida: A ciência incha, mas o amor edifica. 6. Quem julga entender algo sem o conhecimento verdadeiro, atestado pela vida, ignora, é seduzido pela serpente, porque não amou a vida. Mas quem adquiriu o conhecimento com temos, e procura a vida, planta em esperança, na expectativa de frutos
7. A ciência te sirva de coração, a vida seja a palavra verdadeira, bem acolhida. 8. Se tens esta árvore e produzes frutos, sempre colherás o que é desejável diante de Deus, o qual a serpente não tocará e no qual não se mistura engano. Nem Eva é corrompida, mas a virgem é acreditada. 9. A salvação é mostrada, os apóstolos são dotados de inteligência, a Páscoa do Senhor se adianta, reúnem-se coros e harmonizam-se com ordem; ensinando aos santos, alegra-se o Verbo, por quem é glorificado o Pai. A Ele seja dada a glória nos séculos

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